ARTIGO
Relação Entre o Número de Lesões Anteriores e o Índice de Força Reativa em Jogadores de Basquetebol
RFD Nº10
Relação Entre o Número de Lesões Anteriores e o Índice de Força Reativa em Jogadores de Basquetebol
Beatriz Manata Santos1 · António Júlio Apóstolo Pereira Coutinho2 · Igor Balduíno Dias1 · Mónica Sofia Marques Lopes1 · Orlando de Jesus Semedo Mendes Fernandes3 · Vítor Manuel Barreiros Pinheira2
1Fisioterapeuta Licenciado na Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias
2Professor Adjunto da Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias do Instituto Politécnico de Castelo Branco
3Professor Auxiliar (Departamento de Desporto e Saúde) da Universidade de Évora
RESUMO
Objetivos: O objetivo deste estudo é verificar a associação entre o Índice de Força Reativa em jogadores de basquetebol do género masculino e a existência de lesões anteriores. Resultados: Com base nas correlações de Spearman verificou-se que não existe correlação estatisticamente significativa entre o Índice de Força Reativa e o número de lesões anteriores nos membros inferiores (p=0,775). Foi, também, possível observar que não existem diferenças estatisticamente significativas dos valores de Índice de Força Reativa nos grupos de participantes com e sem historial de lesões anteriores nos membros inferiores (p=0,968). Conclusão: Não foi possível verificar correlação entre o número de lesões anteriores nos membros inferiores e os valores de Índice de Força Reativa, tal como, não existem diferenças estatisticamente significativas dos valores de Índice de Força Reativa entre os grupos de atletas com e sem lesões anteriores nos membros inferiores.
ABSTRACT
Objectives: The purpose of this study is to verify the association between the Reactive Force Index in male basketball players and the existence of previous injuries. Results: Based on Spearman’s correlations, it was found that there is no statistically significant correlation between the Reactive Strenght Index and the number of previous injuries in the lower limbs (p=0,775). It was also possible to observe that there are no statistically significant differences in the Reactive Strenght Index values in the groups of participants with and without a history of previous injuries in the lower limbs (p=0,968). Conclusion: It was not possible to verify a correlation between the number of previous injuries and the Reactive Strenght Index values, as well as, there are no statistically significant differences in the Reactive Strenght Index values between the groups of athletes with and without previous injuries in the lower limbs.
PALAVRAS-CHAVE / KEYWORDS
Índice de Força Reativa; Prevalência de lesões anteriores, Ciclo alongamento-encurtamento; Basquetebol
Reactive Strenght Index, Prevalence of previous injuries, Stretch-shortening cycle; Basketball.
INTRODUÇÃO
O basquetebol é um desporto de contacto com movimentos complexos que incluem saltos repetitivos durante o jogo e o treino, mudanças de direção bruscas, corridas de aceleração e desaceleração1 e transições repetidas entre ataque e defesa2.
Devido à natureza rápida e agressiva do basquetebol3, este é um dos desportos coletivos com maior risco de lesão4. Uma performance efetiva requer um nível adequado de potência dos membros inferiores (MI), o qual é possível adquirir através da implementação de treino pliométrico5. Os exercícios pliométricos tem como base o ciclo alongamento encurtamento (CAE)6. O CAE é utilizado, frequentemente, pelos atletas em movimentos específicos do desporto7–9 e é caracterizado pela combinação da ação excêntrica (alongamento) e concêntrica (encurtamento), com uma rápida transição entre ambos6–11, produzindo maiores níveis de força, em qualquer velocidade, durante a fase concêntrica.10 Desta forma, é necessária uma elevada eficiência do CAE – forças propulsivas mais potentes que levam à conservação de energia, reduzindo, consequentemente, os gastos metabólicos12 – para o sucesso no desporto7,9 e para a estabilidade articular e da prevenção de lesões7.
O CAE pode ser classificado em rápido (tempo de contração <250ms) ou lento (tempos de contração ˃250ms)6,8,10,11,13–15. O CAE rápido, representa as qualidades de força reativa (FR)6 e por saltos rápidos e reativos, podendo ser mensurado através do Índice de Força Reativa (RSI)11. O RSI demonstra a capacidade que o atleta tem para mudar, de forma rápida e efetiva, de uma contração excêntrica para uma concêntrica, representando a capacidade para utilizar o CAE e a capacidade explosiva durante atividades que envolvam saltos dinâmicos10,16–18, assim como, a quantidade de força que o atleta consegue produzir no menor tempo possível19.
O presente estudo tem como objetivo verificar a associação entre o Índice de Força Reativa em jogadores de basquetebol do género masculino e a existência de lesões anteriores.