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ARTIGO DE OPINIÃO

Os Registos na Fisioterapia no Desporto e a Importância dos Estudos Epidemiológicos

RFD Nº04

OS REGISTOS NA FISIOTERAPIA NO DESPORTO E A IMPORTÂNCIA DOS ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS

Pedro Leal 1, Lucas Brink Carvalho 2

1Fisioterapeuta – CDUL Rugby – NovaPhysio, Lisboa;
2Fisioterapeuta, Estudante de Medicina – FMCB da Universidade do Algarve

REGISTOS EM FISIOTERAPIA – UM DEVER DO FISIOTERAPEUTA

Na edição anterior da Revista de Fisioterapia Desportiva Informa, o Ft. João Noura apresentou um infográfico (“O Ciclo da (In)compreensão da (In)competência”)1 onde considerava a inexistência de métricas objetivas para exposição à direção das instituições/clubes como uma das razões para a falta de investimento no departamento clínico e para a desvalorização do trabalho realizado pelo mesmo, dificultando (ou impossibilitando) a compreensão e a avaliação da importância deste departamento para os atletas e para a instituição/clube. Uma das principais razões para esta lacuna, também é referida no mesmo gráfico – a ausência de registos.

A World Confederation for Physical Therapy (WCPT) apresenta o exame/avaliação do paciente/cliente, a avaliação e reavaliação de qualquer tipo de intervenção/tratamento/educação, não só como competências base de qualquer fisioterapeuta, mas como obrigações profissionais do mesmo.2 Como tal, para que a partir de uma reavaliação se possam traçar considerações relativamente à eficácia da intervenção do fisioterapeuta, existe necessidade de, numa primeira instância, fazer uma avaliação detalhada, onde sejam registados todos os parâmetros pertinentes (subjetiva e objetiva). Conclui-se, portanto, que uma comparação de dados e consequente verificação dos resultados da intervenção (ou da evolução do paciente) fidedigna exigem um registo padronizado.

A criação de um registo padrão que permitisse um preenchimento fácil – mas não menos rigoroso – transversal a todos os fisioterapeutas (ao nível institucional e nacional), com as finalidades de registo da atividade profissional, consulta desses registos e produção de elementos estatísticos foi uma necessidade à qual, em 2018, o Conselho Diretivo Nacional (CDN) da Associação Portuguesa de Fisioterapeutas (APFISIO) procurou dar resposta, reunindo uma equipa de desenvolvimento e edição do documento de Registo Eletrónico da Fisioterapia, resultado da iniciativa “Registo, logo existo!”.3 Este documento propôs uma estrutura padrão, dividida em 5 secções:

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