ARTIGO
PROTOCOLO DE INTERVENÇÃO · SÍNDROME DO CONFLITO SUBACROMIAL
RFD Nº13
PROTOCOLO DE INTERVENÇÃO
SÍNDROME DO CONFLITO SUBACROMIAL
Ana Catarina Petinga1 · António Martins1 · Joana Ferreira1 · Paula Cardoso1,2 · Mónica Silva1,2
1Fisioterapeuta · One Clínics Sintra-Este/Sacavém · 2Coordenador · One Clínics Sintra-Este/Sacavém
RESUMO
Introdução: A Síndrome do Conflito Subacromial (SCS) é a patologia do ombro mais comum, desencadeada pela compressão do supra-espinhoso sob o acrómio. Trata-se de uma condição caracterizada por dor e disfunção, que afeta a qualidade de vida do utente.
Objetivo: O objetivo deste estudo consiste em desenvolver um protocolo sobre a reabilitação da SCS reunindo um conjunto de evidências científicas, em estabelecer prazos para alterações de condutas baseadas numa evolução não empírica estabelecendo critérios claros de evolução e de alerta para o fisioterapeuta assistente.
Metodologia: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica computarizada, indexada: PeDro, SciElo, Medline e PubMed.
Discussão e Resultados: Foi desenvolvido um protocolo de reabilitação estruturado por fases tendo como referência o estadio de recuperação em que o utente se encontra, baseando-se em evidências científicas e com recomendações para a melhor eficiência da reabilitação como orientação para o fisioterapeuta.
Conclusão: O fisioterapeuta dispõe de várias técnicas e ferramentas para a reabilitação da SCS pelo que a tomada de decisão deve ser adequada ao utente e a fase da patologia.
PALAVRAS-CHAVE / KEYWORDS
Síndrome do Conflito Subacromial; Fisioterapia; Reabilitação; Protocolo.
INTRODUÇÃO
A Síndrome do Conflito Subacromial (SCS) é a causa mais comum de dor e disfunção do ombro.1 É uma patologia de origem “mecânica”, decorrente da alteração do posicionamento da articulação gleno-umeral e da articulação escapulo-torácica, desencadeando uma compressão do tendão do supra-espinhoso sob o acrómio.
Este fenómeno pode ocorrer devido a vários motivos, tradicionalmente categorizados como causas primárias ou secundárias. As causas primárias são alterações estruturais ou pré-condições morfológicas do processo do acrómio que levam à diminuição do espaço subacromial. As causas secundárias dependem de vários fatores que resultam numa centralização incorreta da cabeça do úmero, muitas vezes devido ao desequilíbrio muscular, causando impacto nos tecidos moles quando o complexo articular do ombro é movimentado. Alguns dos processos patológicos que podem levar à SCS incluem a síndrome da coifa dos rotadores (distensão ou rotura muscular), tendinopatia (infra- espinhoso, supra-espinhoso, subescapular ou pequeno redondo) e/ou bursite subacromial.2,3
As principais consequências da SCS são a perda de funcionalidade, dor e incapacidade. As estratégias de tratamento incluem uma combinação de exercícios terapêuticos, injeções de corticosteroides e, em casos graves, cirurgia.3