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ARTIGO

EFEITO DO PROGRAMA DE TREINO “11+” NA MELHORIA DOS INDICADORES
DE PROPRIOCEÇÃO E NA PREVENÇÃO DE LESÕES DO JOELHO E DO
TORNOZELO EM JOVENS JOGADORES DE FUTEBOL AMADOR

RFD Nº12

EFEITO DO PROGRAMA DE TREINO “11+” NA MELHORIA DOS INDICADORES
DE PROPRIOCEÇÃO E NA PREVENÇÃO DE LESÕES DO JOELHO E DO
TORNOZELO EM JOVENS JOGADORES DE FUTEBOL AMADOR

Maria Beatriz Sousa Silva1 · Marta Daniela Vieira Andrade1 · Nuno Cordeiro2 · António Coutinho3 · Rute Crisóstomo3

1Fisioterapeuta Licenciado na Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias Instituto Politécnico – Castelo Branco
2Professor Doutor Coordenador na Área Científica de Fisioterapia na Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias Instituto Politécnico – Castelo Branco
3Professor Adjunto da Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias do Instituto Politécnico de Castelo Branco

RESUMO

Introdução: Futebol é uma prática desportiva onde a incidência de lesões é elevada. De modo a proteger o bem-estar dos jogadores, existem programas específicos como por exemplo o “11+”. Ainda não se chegou a um consenso sobre o efeito destes programas nos indicadores de proprioceção e na prevenção de lesões em jovens jogadores de futebol amador. A tibio-társica e o joelho são uma das articulações mais suscetíveis a lesão e o treino propriocetivo é utilizado para a prevenção destas.

Objetivos: Comparar os indicadores de proprioceção (limiar de deteção do movimento passivo (SM) e sensação de posição articular (SP)) e o número de lesões durante a época 2013/14 e a época 2014/15 de jovens jogadores que tenham realizado o programa de treino “11+” durante 6 semanas, com jogadores que tenham realizado treino sem a inclusão deste tipo de programa.

Materiais e Métodos: Foram recrutados 19 atletas do género masculino praticantes de futebol de formação. Os sujeitos foram divididos aleatoriamente em dois grupos: grupo de controlo com 15,56±0,5 de idade (n=10) e grupo experimental com 15,13±0,3 de idade (n=9). Foi realizada uma avaliação inicial da proprioceção a todos os sujeitos (T0). De seguida o grupo experimental realizou no seu treino regular, um aquecimento consoante o programa de treino “11+” da FIFA, durante 6 semanas. O grupo de controlo realizou no início do treino o aquecimento normal. Após as 6 semanas foi realizada a segunda avaliação (T1) em ambos os grupos. Foi entregue um breve questionário onde os atletas colocaram informação relativa à idade (anos), altura (cm), peso (Kg) e número de lesões até à data. A proprioceção foi avaliada através da SM e da SP, mensurada pelo dinamómetro isocinético Biodex System 3Pro, respectivamente para o joelho e para a tibiotársica.

Resultados: Tanto em T0 como em T1 não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas (p>0,05) entre o grupo experimental e o grupo de controlo, em todas as variáveis dependentes avaliadas. No joelho, comparando T0 com T1, não foram encontradas diferenças significativas nas variáveis de sensação de posição (grupo experimental) e na sensação de movimento com 30° de Flexão; mas foram encontradas diferenças significativas nas variáveis de sensação de posição (pcontrolo=0,028) e sensação de movimento com 70° de Flexão, em ambos os grupos (pcontrolo=0,50; pexperimental=0,041). Na tibiotarsica não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas em nenhum dos grupos quando se comparou T0 com T1 na avaliação da SP ativamente nem no SM aos 15° de inversão do tornozelo.

Conclusões: O Programa de treino “11+” da FIFA, quando implementado durante 6 semanas, parece não gerar alterações na SP com reprodução ativa nem no SM em jovens atletas de futebol amador.

PALAVRAS-CHAVE / KEYWORDS

Tíbio-társica, Joelho, proprioceção, programa de treino ‘11+’ , prevenção
Tibiotarsal, Knee, proprioception, ‘11+’ training programme, prevention

1. INTRODUÇÃO

Segundo a Fédération Internacionale de Football Association (FIFA) em 2006 existiam 265 milhões de jogadores de futebol a nível global.1,2 O número de jogadores em Portugal é bastante elevado, havendo 547000 jogadores registados, em que aproximadamente 108 000 são crianças e adolescentes.3

Em média, um jogador de futebol poderá sofrer entre 1,5-7,6 lesões 1000/horas de treino e 12-35 lesões 1000/horas de jogo. No futebol a lesão mais comum é no membro inferior (67,7%), sendo a coxa a região mais afetada (41,19%), seguida do joelho (31,66% – mecanismo sem contacto estava implicado em 55.4% dos casos ocorridos (37; 38; 39)) e do tornozelo (24,19% – entorse em stresse para inversão é a mais comum.4, 5

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