A crescente popularidade do ciclismo como meio de transporte, recreação ou atividade desportiva tem levado ao aumento da incidência de lesões musculoesqueléticas, especialmente na articulação do joelho. Essas lesões ocorrem frequentemente devido ao mau posicionamento do ciclista na bicicleta que, por sua vez, pode estar relacionado com a má configuração ergonômica do equipamento ao biótipo do usuário. Essa relação ergonómica é normalmente realizada instintivamente pelo próprio usuário, ajustando os componentes da bicicleta na esperança de conseguir a melhor relação entre conforto e performance.

Esse ajuste ergonômico dos componentes da bicicleta às medidas antropométricas do ciclista, visando mais conforto, menos dor e sobrecargas musculoesqueléticas aos gestos repetitivos do ciclismo, é conhecido como Bikefit ou Bikefitting. Por sua vez, os profissionais responsáveis por adaptar a bicicleta ao biótipo do ciclista, à sua estratégia competitiva e às limitações físicas passaram a ser chamados popularmente de Bikefitters. Esses profissionais são frequentemente atletas amadores, sem conhecimento científico nas áreas de anatomia, cinesiologia, biomecânica e patologia, e recorrem à experiência própria no desporto como fonte de conhecimento e tomada de decisão para as alterações ergonômicas da bicicleta. No entanto, com o aumento da frequência e severidade das lesões musculoesqueléticas, os ciclistas têm cada vez mais procurado a opinião de profissionais tecnicamente mais capacitados nas áreas científicas supracitadas. O fisioterapeuta desportivo tem papel fundamental no preenchimento dessa lacuna, oferecendo conhecimento científico e capacidade técnica apropriada às necessidades desses atletas amadores ou profissionais.