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ARTIGO DE OPINIÃO

PODEMOS PREVENIR LESÕES?

RFD Nº13

PODEMOS PREVENIR LESÕES?

JOÃO NOURA
Fisioterapeuta

Coordenador de Reabilitação das Modalidades do Sporting Clube de Portugal

Este texto é uma exposição escrita da apresentação “Podemos prevenir lesões?” ministrada no dia 05 de novembro a propósito da participação da APFISIO no 41º Congresso Nacional de Ortopedia e Traumatologia.

Disclosure: por circunstâncias profissionais, a maior parte dos exemplos ilustrativos são provenientes do futebol. Apesar disso, não estou a par de dados provenientes de outros desportos que coloquem as assunções aqui estabelecidas em causa.

A questão “podemos prevenir lesões?” é, a par e como consequência da busca pela predição (de lesões), um dos grandes objetivos da Medicina Desportiva moderna. De qualquer forma, esta pergunta tem uma resposta muito simples, que é um retundante “sim”. Não fosse assim e o futebol americano, que é um dos desportos mais lucrativos a nível mundial com lucros acima dos 17 biliões de dólares anuais, e com maior representatividade social nos Estados Unidos da América (EUA), com mais de 5 milhões de participantes nas mais diversas faixas etárias, teria deixado de existir no início do século XX (Smith, 1981).

Enquadrando, no século XIX o futebol americano tornou-se um fenómeno popular nos EUA, não obstante a brutalidade e violência que o caracterizavam. Estas foram toleradas durante bastante tempo, até à viragem de século onde, após alguns episódios de violência quase obscena entre equipas rivais durante o jogo, amplificadas por fenómenos que suscitavam dúvidas da legitimidade e idoneidade dos envolvidos no jogo nos processos que decorriam nos bastidores, houvesse pressão para que o desporto fosse descontinuado dado o enorme impacto que estava a ter na saúde nos seus praticantes, quer pela incidência, quer pela severidade das lesões que este causava (Smith, 1981).

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