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ARTIGO DE OPINIÃO

IMPACTO DA FLEXIBILIDADE NO DESEMPENHO DESPORTIVO DE JOGADORES DE FUTEBOL

RFD Nº05

IMPACTO DA FLEXIBILIDADE NO DESEMPENHO DESPORTIVO DE JOGADORES DE FUTEBOL

Daniel Bogalho1, Maria António Castro2

1Fisioterapeuta. Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra – Instituto Politécnico de Coimbra e Laboratório ROBOCORP, I2a-IPC e SCP
2Fisioterapeuta. Escola Superior de Saúde, Politécnico de Leiria e CEMMPRE- UC e Laboratório ROBOCORP, I2a-IPC

 
RESUMO

O treino de flexibilidade, através de alongamentos, é uma prática comum no mundo do deporto e nomeadamente no futebol. A pesquisa sobre flexibilidade tem-se concentrado no estudo do efeito dessa componente na predisposição para as lesões e nos efeitos do alongamento no desempenho subsequente. São, contudo, escassos os trabalhos que analisam o impacto da flexibilidade dos músculos dos membros inferiores na relação com capacidades fundamentais, como o salto vertical, o equilíbrio e a velocidade em jogadores de futebol adultos. Revela-se pertinente refletir sobre esta temática para melhor contextualizar as orientações relativas à flexibilidade, ao seu treino e à sua utilidade no contexto desportivo.

PALAVRAS-CHAVE / KEYWORDS

Futebol, flexibilidade, desempenho desportivo
Football, flexibility, performance

ABSTRACT

Flexibility training, through stretching, is a common practice in the world of sport and football. Flexibility research has focused on studying the effect of this component on injury predisposition and on the effects of stretching on subsequent performance. However, there are few studies that analyze the impact of lower limb muscle flexibility in relation to skills, such as vertical jump, balance, and speed in adult soccer players. It is relevant to reflect on this issue to better contextualize the guidelines alluding to flexibility, its training, and its usefulness in the sporting context.

O futebol é o desporto mais praticado em todo o Mundo, com números a rondar os 265 milhões de atletas federados, segundo estimativas da FIFA.1 À semelhança daquilo que acontece com outras modalidades coletivas, o futebol exige um adequado treino aeróbio e anaeróbio, sendo que o padrão de jogo inclui atividades curtas de alta intensidade, intercaladas com atividades mais longas de intensidade baixa a moderada.2–4

No futebol profissional a distância média e a duração de uma corrida de sprint são relativamente curtas. As distâncias de sprint raramente excedem 20 metros, não ultrapassando os 4 segundos.5,6 Apesar da curta duração, a resposta a esses movimentos distintos e rápidos é essencial no futebol e o desempenho em sprint tem de ser considerado relevante para a respetiva modalidade.7 Como consequência, os jogadores de futebol devem desenvolver um alto nível de atleticismo, ao qual se deve associar um conjunto de outros fatores, como habilidades técnicas, táticas e mentais, para atingirem o sucesso.7,8 Variáveis como capacidade cardiorrespiratória, força muscular, potência, velocidade, agilidade, coordenação e equilíbrio assumem cada vez mais papel preponderante e decisivo no desempenho desportivo dos atletas.7–10

Durante um jogo de futebol, os jogadores realizam entre 150 e 250 ações diferentes, sendo obrigados a realizar movimentos uni e bilaterais, repetitivos e explosivos, como tarefas de aceleração e desaceleração repentinas, mudanças rápidas de direção, remates e saltos e consequentes receções ao solo, ações nas quais o equilíbrio, dinâmico unilateral, é considerado um componente fundamental, garantindo segurança e precisão nas mesmas.6,9,11 Dependendo da posição que o jogador ocupa, as ações operadas em campo vão ser diferentes.12

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