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ARTIGO

A FISIOTERAPIA NA ERA DO CONSUMISMO: RACIOCÍNIO CLÍNICO COLABORATIVO & PRÁTICA CENTRADA NO UTENTE

RFD Nº18

A FISIOTERAPIA NA ERA DO CONSUMISMO: RACIOCÍNIO CLÍNICO COLABORATIVO & PRÁTICA CENTRADA NO UTENTE

Carolina Calmão

Fisioterapeuta da Unidade de Saúde e Performance, Departamento de Fisioterapia do Amora Futebol Clube
Fisioterapeuta Coordenadora do Basquetebol “Os Belenenses”.

Resumo
A sociedade atual vive na “era consumista”, cujos serviços de sucesso prosperam na sua capacidade de responderem às necessidades individuais dos seus clientes. Na verdade, os cuidados de saúde não são exceção, podendo sofrer danos com a adoção deste modelo consumista, tais como a desvalorização dos profissionais de saúde e o comprometimento ético-deontológico.1

Considerando a crescente necessidade e valorização da prática centrada no utente, inerente ao modelo biopsicossocial, nos cuidados de saúde e os avanços tecnológicos, é de notar que a sua implementação desencadeou algumas confusões ideológicas entre conceitos nos profissionais de saúde.1,2 Por sua vez, estes questionam-se qual o modo adequado para implementar esta abordagem terapêutica, nos dias de hoje, sem se aproximar da tendência consumista, que parece responder igualmente às necessidades individuais dos utentes.

Neste enquadramento, surge a seguinte tese: O raciocínio colaborativo é uma estratégia essencial para a promoção adequada da prática centrada no utente, tendo demonstrado resultados positivos na intervenção, nomeadamente, ao nível da satisfação e inclusão do utente face ao tratamento.

No entanto, sabendo que vivemos na era do consumo, até os cuidados de saúde podem ser afetados pelo consumismo, comprometendo a implementação consistente da prática centrada no utente na prática clínica atual. Portanto, a sua implementação na prática clínica exige a reflexão dos Fisioterapeutas relativamente ao seu papel na relação terapêutica e no processo de tomada de decisão.

PALAVRAS-CHAVE / KEYWORDS

Prática centrada no utente; consumismo; modelos de tomada de decisão partilhada; relação terapêutica; raciocínio colaborativo

Practice-centred care; consumerism; shared decision-making models; therapeutic relationship; collaborative reasoning

abstract

Today’s society lives in a “consumer era”, where successful services thrive on their ability to respond to the individual needs of their customers. In fact, healthcare is no exception, and can be damaged by the adoption of this consumerist model, such as the devaluation of healthcare professionals and ethical and deontological compromise.1

Considering the growing need for and appreciation of patient-centred care, inherent to the biopsychosocial model, in health care and technological advances, it should be noted that its implementation has triggered some ideological confusion between concepts among health professionals.1,2 In turn, they are wondering how to properly implement this therapeutic approach today, without approaching the consumerist trend, which also seems to respond to the individual needs of users.

In this context, the following thesis emerges: Collaborative reasoning is an essential strategy for the proper promotion of patient-centred care, and has shown positive results in intervention, namely in terms of user satisfaction and inclusion in treatment.

However, knowing that we live in “consumer era”, even healthcare can be affected by consumerism, compromising the consistent implementation of patient-centred care in current clinical practice. Therefore, its implementation in clinical practice requires physiotherapists to reflect on their role in the therapeutic relationship and in the decision-making process.

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